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Postado por : Ricardo quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Assim que o Homem passou a fazer uso da observação, aprendendo a encontrar padrões nos acontecimentos da vida e da natureza, percebeu a existência de uma força que aparentemente guiava os acontecimentos e os próprios elementos naturais.(para maiores explicações sobre esta força e sua forma de agir veja a postagem "O Que é Deus?"
Então estes homens, nossos ancestrais, não conseguiam conceber uma força sem forma, por essa razão idealizaram imagens sobre estas forças, e por nosso cérebro ser incapaz de imaginar algo que nunca viu, os nossos ancestrais criaram os seus "deuses" à sua imagem e semelhança.

Antes de ir mais fundo nisso é necessário que o leitor entenda o conceito de Inconsciente Coletivo, então vamos lá:

Todos possuímos um inconsciente pessoal, segundo C.G.Jung um pouco abaixo da consciência estaria o "inconsciente pessoal", contendo as lembranças, os impulsos, os desejos, as percepções indistintas e outras experiências da vida do indivíduo suprimidas ou esquecidas. O inconsciente pessoal não é muito profundo e os incidentes ali armazenados podem facilmente serem traduzidos para o nível consciente.
Assim sendo, o inconsciente pessoal é o local onde se armazena o que em algum momento foi consciente, mas que foi esquecido ou suprimido.
Já o inconsciente coletivo é o local da mente onde fica armazenado as lembranças e o conhecimento adquirido ao longo de várias gerações de uma mesma espécie, por exemplo, os gatos desde a primeira vez que ficam de frente para um cão sentem-se ameaçados, a imagem dos cães como uma ameaça já está enraizado no inconsciente coletivo destes felinos, porque desde tempos remotos os cães perseguiram os gatos.
Nesta parte existem imagens conhecidas como arquétipos.
Para Jung, arquétipo é uma espécie de imagem apriorística incrustada profundamente no inconsciente coletivo da humanidade, refletindo-se (projetando-se) em diversos aspectos da vida humana, como sonhos e até mesmo narrativas. Ele explica que "no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo, estamos tratando de tipos arcaicos - ou melhor - primordiais, isto é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos"
Jung deduz que as "imagens primordiais" - outro nome para arquétipos - se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Eles são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos. Por serem anteriores e mais abrangentes que a consciência do ego, os arquétipos criam imagens ou visões que balanceiam alguns aspectos da atitude consciente do sujeito. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma unidade que pode ser apreendida intuitivamente. É importante ressaltar, todavia, que os arquétipos não possuem formas fixas ou pré-definidas.
Segundo Jung:  “ Nenhum arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente e quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma.

Agora continuando o assunto sobre a criação da aparência dos deuses; toda as civilizações possuíram deuses equivalentes aos deuses de outras civilizações, mesmo as civilizações que não haviam entrado em contato com as outras.
Um dos arquétipos mais fortes existentes é o da mãe, A humanidade é dependente de "uma mãe", algo que cuide e de abrigo, por essa razão a deusa mãe de várias culturas está relacionada a terra, que dá abrigo, nos alimenta e gerou nossa vida.
Veja alguns exemplos de deusas mães:


FREYA

A deusa Freya, é a deusa mãe na mitologia nórdica, pertencente a dinastia dos Vanir(deuses relacionados à natureza).
É a deusa do sexo, da sensualidade, da fertilidade, do amor , da beleza, da atração, da luxúria, da música e das flores.
Suas lágrimas se transforma em ouro e em âmbar.

ÍSIS

Ísis é a deusa mãe na mitologia egípcia. É a deusa da lua
Possui a imagem da mãe e da esposa ideal, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.


CERIDWEN

Ceridwen é a deusa mãe da mitologia celta, a deusa da terra também conhecida como deusa tríplice por possuir três formas arquetípicas, a Donzela, a Mãe e a Anciã, relacionadas as três fases da lua, Crescente, Cheia e Minguante(os celtas dividiam as fases em três e não quatro.).

Essas foram algumas entre uma infinidade de deusas mães, mas antes de prosseguir eu gostaria de acrescentar nesta lista mais uma das muitas deusas adoradas pelo Homem, e atualmente a deusa mãe que possui mais fieis.



Virgem, Mãe e Imaculada
As semelhanças entre Maria e outras deusas é notável, porém as semelhanças com Ceridwen são ainda maiores.
Na mitologia celta, a donzela engravida de Cernunnos(que morre um tempo depois)e dá a luz a Cernunnos que cresce e se torna seu marido, para que possa engravidá-la novamente antes de morrer em um eterno ciclo.
Já Maria ainda virgem engravida e dá a luz ao Cristo, lembrando que o pai e o filho são apenas um.


Outros arquétipos como o do Herói, do Si-mesmo, da Grande Mãe e do Espírito ou Velho Sábio são exemplos de algumas das numerosas imagens primordiais existentes no inconsciente coletivo.
Várias religiões surgiram e várias outras se perderam nas sombras do tempo, mas estes arquétipos permanecem vivos.
Podemos ver nossa capacidade de dar forma para coisas abstratas até mesmo quando olhamos para a figura da morte. Pois demos forma, à ela também.



E toda vez que dirigimos nossa fé para: Deus, Jesus, Buda, Ogun, ou até mesmo para o esquecido Zeus, estamos dirigindo nossa vontade para a mesma força ancestral que guia todas as coisas, pois todos são imagens diferentes para as diversas facetas de uma mesma coisa.
Não existem deuses ineficientes, mas sim fé fraca.


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SOBRE O AUTOR
Nome: Neo
Página: Intratesta

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