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- Os Arquétipos
Assim que o Homem passou a fazer uso da observação, aprendendo a encontrar padrões nos acontecimentos da vida e da natureza, percebeu a existência de uma força que aparentemente guiava os acontecimentos e os próprios elementos naturais.(para maiores explicações sobre esta força e sua forma de agir veja a postagem "O Que é Deus?"
Então estes homens, nossos ancestrais, não conseguiam conceber uma força sem forma, por essa razão idealizaram imagens sobre estas forças, e por nosso cérebro ser incapaz de imaginar algo que nunca viu, os nossos ancestrais criaram os seus "deuses" à sua imagem e semelhança.
Antes de ir mais fundo nisso é necessário que o leitor entenda o conceito de Inconsciente Coletivo, então vamos lá:
Todos possuímos um inconsciente pessoal, segundo C.G.Jung um pouco abaixo da consciência estaria o "inconsciente pessoal", contendo as lembranças, os impulsos, os desejos, as percepções indistintas e outras experiências da vida do indivíduo suprimidas ou esquecidas. O inconsciente pessoal não é muito profundo e os incidentes ali armazenados podem facilmente serem traduzidos para o nível consciente.
Assim sendo, o inconsciente pessoal é o local onde se armazena o que em algum momento foi consciente, mas que foi esquecido ou suprimido.
Já o inconsciente coletivo é o local da mente onde fica armazenado as lembranças e o conhecimento adquirido ao longo de várias gerações de uma mesma espécie, por exemplo, os gatos desde a primeira vez que ficam de frente para um cão sentem-se ameaçados, a imagem dos cães como uma ameaça já está enraizado no inconsciente coletivo destes felinos, porque desde tempos remotos os cães perseguiram os gatos.
Nesta parte existem imagens conhecidas como arquétipos.
Para Jung, arquétipo é uma espécie de imagem apriorística incrustada profundamente no inconsciente coletivo da humanidade, refletindo-se (projetando-se) em diversos aspectos da vida humana, como sonhos e até mesmo narrativas. Ele explica que "no concernente aos conteúdos do inconsciente coletivo, estamos tratando de tipos arcaicos - ou melhor - primordiais, isto é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos"
Jung deduz que as "imagens primordiais" - outro nome para arquétipos - se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Eles são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos. Por serem anteriores e mais abrangentes que a consciência do ego, os arquétipos criam imagens ou visões que balanceiam alguns aspectos da atitude consciente do sujeito. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma unidade que pode ser apreendida intuitivamente. É importante ressaltar, todavia, que os arquétipos não possuem formas fixas ou pré-definidas.
Segundo Jung: “ Nenhum arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente e quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma.
Agora continuando o assunto sobre a criação da aparência dos deuses; toda as civilizações possuíram deuses equivalentes aos deuses de outras civilizações, mesmo as civilizações que não haviam entrado em contato com as outras.
Um dos arquétipos mais fortes existentes é o da mãe, A humanidade é dependente de "uma mãe", algo que cuide e de abrigo, por essa razão a deusa mãe de várias culturas está relacionada a terra, que dá abrigo, nos alimenta e gerou nossa vida.
Veja alguns exemplos de deusas mães: